quarta-feira, 3 de março de 2010

A genialidade na loucura

O que seria do mundo sem a loucura? Sem a genialidade dos loucos, sem os versos de Pessoa, sem o amor de Florbela Espanca, sem os antípodas de Dali, sem as excentricidades de Gaudi, sem os filmes de Tim Burton, de Francis Ford Coppola, sem o riso de Jim Carrey.

Que piada teria um mundo sem arte? sem sonhos? sem quem quisessem alcançar o ceú, o infinito?

Ser bipolar é uma estranha forma de ser, mas sem os bipolares o mundo vivia descalço, sem luz, sem cor, sem magia.

Quando me falta a força penso nisso, em todos os notáveis ou maníacos de qualidade com escreve Joana Amaral Dias no seu mais recente livro.

Pode ser delírio aos olhos da banal psicologia, mas acho que Deus criou uma legião de anjos cada um com uma missão, e só quem sente no fundo da alma a essência das sensações e das emoções. Experienciar uma visão da realidade que é tida como anormal, serão eles os normais? Os comuns seres que não padecem desta visão tida como distorcida? ou verá um bipolar para além, usará os sentidos para captar aquilo que muitos não conseguem ver, nem sentir. Usar-se-à o para além dos 11%, para captar o inexplicável.

É duro viver aos altos e baixos, só aqueles como nós entendem, o que é chorar sem razão, desejar morrer por amar demais, muitas vezes sem o retorno devido, preocuparmos-nos desmesuradamente com alguém que verdadeiramente amamos e ouvir dizer que somos loucos por tanto sentir.

terça-feira, 14 de abril de 2009

MASTER OF THE WIND

Dedicado aqueles e suas famílias que sofrem todos os dias como eu.

Acreditem na vossa força, e que sobretudo sopram ventos de mudança, tentem ser fortes, mas nunca e jamais tenham medo de assumir as vossas fraquezas. Sejam humildes, assumam os erros, quem sabe um dia, o vento sopre a vosso favor.

Muita força para todos!

Felicidade, para quando?!

A falta de lítio corre-me nas veias, ataca-me o pensamento, atinge-me o coração como um ferrão, sem afecto, sem amor, sou uma serpente, o pior veneno que algum dia alguém provou.

Por vezes sinto-me um demónio, enraivecida, cheia de sentimentos de vingança, um ódio que cai sobre mim mesma como um punhal que me amaldiçoa de dor, como se tivesse o inferno no coração, que queima, arde, repuxa e doi. Aquele sentimento de quando se é traído. Aquela fúria vulcânica, capaz de jorrar lava pelo mundo.

Sou um verdadeiro anjo capaz de transformar a sombra em luz, capaz de ir até ao fim do mundo por amor.

Dou tudo de mim, entrego-me numa paixão enorme, sou como o sol que aquece capaz de alegrar quem me amar em retorno, sei que não é fácil conviver comigo, que tenho oscilações, que sou triste, ora feliz, que choro e riu, que canto e caiu em pranto.

Capaz de fazer um trabalho de um mês num só dia, de mudar de vida da noite para o dia, enfiar uma ideia na cabeça e ir em frente por ela. Capaz de construir a maior das fortunas e a destruir a seguir.
Sou como o vento que sopra, suave que nem brisa, e sabe bem, no calor do verão, mas, sou como um tornado capaz de destruir tudo e todos.

Hoje sou fantasma de mim, sou um espírito entorpecido, não durmo, não como, só sonho, com o dia em que serei normal, em que os anjos e os demónios, não reinem em mim, quero ser uma comum mortal, uma mera amante da vida, amar as pequenas coisas e sobretudo a mim a mesma.

Ser bipolar é duro, mas, mais que me fere a mim, fere aquelas que me amam, e doi-me magoá-los, porque os amo mais do que a mim.

Só quero ser feliz.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Mentiras e Meias Verdades

Estou triste, muito triste, com a maldade das pessoas, as mentiras, os vendedores de ilusões.

Não tenho vontade de sair de casa, apenas me apetece estar aqui, quando olho para o futuro vejo uma folha em branco, vazia, nada faz mais sentido.

Li e reli livros de auto-ajuda, consultei dezenas de especialistas de saúde mental.

Apesar de tudo não cheguei a lado de nenhum porque continuo nesta casa desde que nasci. Sinto me tão só, tão perdida, não sei que caminho seguir, o convivio com as pessoas afoga-me, as suas mentes limitadas, submergidas em reducionismos financeiros, odeio o dinheiro, ele escraviza-me, torna-nos prisioneiros, por dinheiro as pessoas vendem sentimentos, ideiais, sonhos.
Eu não consigo me vender, serei eu alienada da realidade ou será toda esta realidade que está ao contrário.
No meu coração a prioridade sempre foi o amor, para mim é aquilo que nos rege, a única missão e objectivo de vida.

Cansa-me os mercadores de sonhos, os ilusionistas disfarçados, não gosto de circos, não gosto de teatros, apenas de verdades espontâneas, de pureza e genuinidade.

Será assim tão díficil compreender alguém que tem um conjunto de valores puros baseados em honestidade e verdade.

Porque se vendem as almas, e, eu continuo aqui sem vender a minha, mas a ver todos aqueles e aquelas a atravessarem para a outra margem sucumbindo ao pseudo poder do dinheiro.

Dizem-me:- Faz te à vida?!; Vai trabalhar em qualquer coisa, o que importa é que cai-a ao fim do mes.

Para mim, isto é clausura, ou só eu que na minha ingenuidade material venho de um mundo cheio de mentiras e meias verdades.

Eu já não estou viva, não me sinto a viver, apenas existo e a cada dia que passa a tristeza se afunda em mim como uma ancora pesada e dura, dura, dura de tanta durabilidade.

Palavras para quê?! Se ninguém as lê.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

BARCA, BARCO, BARQUINHO!

Na onda do mar
Se põe a girar
Numa tempestade de torpedo gentil
Reinam ventos, vendavais,
Sopro de Deuses divinais
Reino de sonhos aos mil!

Quem ousa se afogar
Num mar sem passado, nem futuro,
De ondas vaporizantes,
De um sonho obscuro!

Vem o vulto da imensidão,
Marca a sua presença,
Num presente ainda breve, de então,
Marca também a sua ausência!

Quem ousa sentir ou saber,
Quem por mais de mim não quer,
Que o verbo conhecer,
Ja não conjuga em nome de mulher!

Que na barca, barco se deixou levar,
Que no Barco, Barquinho, se deixo naufragar,
De longe, o meu menino,
Barco, que embarcou, se deixou enfeitiçar!

Peso de guerra, arma albaroada,
Preta pistola de ontem levada,
Já não sou tua, nem de ninguém,
Sopra o vento da calada, a morte é tua sabê-lo bem!

Morte em espirito, nunca em palavra
Morte da alma, não de ninguém
Reinam nos reinos onde lá estava
Mudança inesperada para o lado do bem!

Se há os ventos, os de queixume,
Reina a parca madrugrada,
Que teu nome sei-o eu bem,
Deixei ao lume, naquela brasa, tarde queimada, sem um vintem!

Sem centimos, sem euros, enfim,
O meu amor não custa nada,
Reina no teu reino de uma assentada,
O amor da clausura de uma escrava subordinada.

Meus pensamentos não são mais teus,
Meu coração de quem o roubou,
E, jamais deixarei Meu Deus,
Num passado que já passou!

E, Hoje, sei-o Bem!
Que de amor pensava à toa!
Por que a vida é na proa,
Num barco que quem comanda sou eu!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

MARCAS DE ÀGUA E FOGO

UM DIA REIS E SENHORES DO UNIVERSO, MAGNÂMINOS, TIRANOS, DONOS DE SI, DO MUNDO, INDOMÁVEIS, FERAS RARAS, FEROZES, VENCEDORES NATOS, ELOQUENTES, SABEDORES, ÚNICOS E INTOCÁVEIS.
NO OUTRO DIA, POBRES, INFELIZES, ENTORPECIDOS, DOENTES, FRACOS, DÉBEIS, INSANOS, INCAPAZES DE SE CONCENTRAR, PARANOÍCOS, PERSECUTÓRIOS, COM SEDE DE SOLIDÃO.

UM DIA NUMA ODE À VIDA, NO OUTRO NO CULTO À MORTE!

SER BIPOLAR CUSTA!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008